A reconstrução do Brasil está em curso. O início do terceiro governo Lula e o fracasso dos atos golpistas de 8 de Janeiro reforçaram o apoio dos brasileiros à democracia. A nova gestão federal terminará 2023 com números positivos, como o crescimento acima do esperado do PIB, a inflação mais baixa e a menor taxa de desemprego em nove anos. A renda do trabalhador cresceu graças a medidas como a retomada da política de valorização do salário mínimo e a correção da tabela do imposto de renda.
Mas a recuperação soberana do País encontrou entraves neste ano, em especial a política monetária “independente” do Banco Central, liderada pelo bolsonarista Roberto Campos Neto. Da mesma maneira, a obsessão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pelo “déficit zero” compromete investimentos e põe em xeque a indústria nacional. Lula ousou ao propor a “neoindustrialização” do País e um Novo PAC orçado em R$ 1,7 trilhão – mas esses projetos podem se tornar inviáveis sem a urgente correção da política macroeconômica.
Para o movimento sindical, um dos marcos de 2023 foi nossa volta ao Palácio do Planalto e à Esplanada dos Ministérios, participando de debates, comissões e grupos de trabalho. A voz dos trabalhadores é novamente ouvida e respeitada pelo governo federal. Porém, o Congresso Nacional, de composição majoritariamente conservadora, tem bloqueado vergonhosamente propostas em defesa dos trabalhadores e do sindicalismo. A correlação de forças ainda é desfavorável para o campo progressista – daí a necessidade de mais mobilização e cobranças ao governo, bem como aos senadores e deputados federais.
Em meio a isso, o sindicalismo classista se fortalece. A CTB se firmou como a segunda central sindical mais representativa do País. A Fitmetal reestrutura sua direção, renova sua agenda e lança um Plano de Trabalho para 2024. Para o novo ano, devemos intensificar as lutas em defesa dos trabalhadores e do povo brasileiro, do movimento sindical e das negociações coletivas, da reindustrialização e do crescimento, da soberania e do desenvolvimento nacional.
Fruto dos debates realizados ao longo de 2023 e da programação da desta reunião de sua direção plena, a Fitmetal aprova as seguintes bandeiras centrais de lutas para 2024:
- Lutar em defesa da democracia e contra o bolsonarismo;
- Lutar contra os juros altos e contra o "déficit zero";
- Lutar pela reindustrialização e pelo projeto nacional de desenvolvimento;
- Lutar pela revogação da reforma trabalhista e o fortalecimento das negociações coletivas;
- Defender a redução da jornada de trabalho para 40 horas, sem redução de salários;
- Defender uma correção mais acentuada da tabela do imposto de renda;
- Viabilizar candidaturas do movimento sindical para as eleições municipais;
- Organizar uma "marcha a Brasília" em 1º de Maio com a pauta da Fitmetal.
Caxias do Sul, 8 de dezembro de 2023
A direção plena da Fitmetal