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Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região comemora 45 anos: confira entrevista com Alex Custodio


POR Andressa Schpallir

Publicado em 20 de dezembro de 2021


No aniversário de 45 anos do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região – que irá sediar o 3º Congresso da Fitmetal, em 11 e 12 de fevereiro de 2022 – o presidente Alex Custodio fala à Fitmetal sobre as conquistas e desafios do movimento sindical em meio à crise econômica, sanitária e social no Brasil. 

Alex assumiu a direção do Sindicato em abril de 2020, em meio à pandemia de Covid-19. "Foram vários os desafios até aqui", afirma ele, "ainda assim, tivemos grandes vitórias". Mesmo com a crise, graças aos acordos de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) negociados pela entidade, R$ 100 milhões de reais serão injetados na economia de Betim e cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte nos próximos meses.

 

Fitmetal - O Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região faz 45 anos. Quais as principais conquistas e desafios durante este período?

Alex Custodio - O Sindicato foi fundado em meio à ditadura militar, enfrentando desafios desde a sua criação. Os trabalhadores da região de Betim não tinham um histórico de luta contra os patrões e o sindicato conseguiu propiciar isso. Vemos claramente que, além de lutar contra a ditadura militar, a luta foi ferrenha contra os patrões desde a fundação da entidade. As conquistas até aqui foram enormes, haja vista que hoje temos 100 cláusulas que se sobrepõem ao que prevê a CLT. Em linhas gerais, podemos afirmar que esse Sindicato obteve muitas conquistas, mesmo com tantos desafios enfrentados até o presente momento.

Fitmetal - O Brasil passa por um processo de desindustrialização há alguns anos e de forma acentuada no governo Bolsonaro. Como você avalia as perspectivas para a categoria? Por que caminhos passa a retomada de emprego e renda?

Alex - Hoje o Brasil tem um verdadeiro desgoverno com um presidente que não se preocupa em gerar empregos. Desde sua campanha ele já dizia que o trabalhador teria que escolher entre ter direitos ou ter emprego. Hoje não estamos vendo nenhuma dessas opções. A população está desempregada e os trabalhadores que estão empregados vivem a todo momento com seus direitos sob ataque. Infelizmente, dia após dia, o Brasil está afundando cada vez mais. Precisamos urgente de um projeto nacional de desenvolvimento, com geração de empregos e distribuição de renda. Só assim vamos conseguir sair dessa catástrofe que está sendo o nosso país. É importante frisar que nenhuma nação forte sobrevive sem uma indústria forte. Vemos o Brasil em decadência por diversos fatores e um deles é a desindustrialização.

Fitmetal - Qual sua avaliação sobre o trabalho do Sindicato nestes últimos dois anos apesar da crise no setor, da já citada desindustrialização e dos ataques aos direitos trabalhistas? Vocês conseguiram contornar esses desafios?

Alex - O Sindicato, nesses últimos dois anos, mesmo com esses ataques – a reforma trabalhista, inúmeras medidas provisórias que atacam os direitos e tentam de inviabilizar as ações sindicais – conseguiu resistir. Muito devido à aproximação da diretoria com a base e vice-versa. Isso nos deu mais força para conseguir brigar de frente com os patrões. Conseguimos não somente manter os direitos conquistados, mas avançar para além do que já tínhamos. Tanto em acordos coletivos de data-base quanto em negociações de PLRs. Temos como exemplo a injeção, neste final de ano, de R$ 100 milhões na economia de Betim e de cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte proveniente desses acordos.

Fitmetal - O governo Bolsonaro encomendou uma nova proposta de reforma sindical que legaliza o locaute, limita o poder da justiça do trabalho e permite sindicatos por empresa. Quais as consequências disso para o movimento sindical e como essa proposta, caso aprovada, precariza ainda mais as relações de trabalho?

Alex - É algo que vai aprofundar ainda mais o sucateamento dos sindicatos do nosso país. É importante lembrar que ainda que existam sindicatos fortes, como o dos Metalúrgicos de Betim e Região, existem sindicatos que não têm a força necessária. Além de não ter a força necessária, o governo ainda tenta inviabilizar a ação dos sindicatos. Certamente, quem vai pagar essa conta são os trabalhadores de modo geral, que não vão ter sindicatos para lutar e protegê-los desses ataques que são feitos pelo governo federal. Infelizmente, se isso for aprovado, é mais uma dificuldade gigantesca a qual o movimento sindical vai ter que sobreviver. Será mais um grande risco de trabalhadores e trabalhadoras terem seus direitos suprimidos.


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